3° LUGAR – PROSA ESTUDANTIL – CONTO – ESPECIAL OURO BRANCO - COLÉGIO BATISTA MINEIRO UNIDADE OURO BRANCO – VI Concurso Literário "Cidade de Ouro Branco"

 O segredo da Pedra Quadrada 

Letícia Torres de Paiva Ribeiro




Em 1943, na cidade de Ouro Branco, Marcelo, um garoto comum de 14 anos, recebeu a pior notícia que poderia ouvir em toda a sua existência. Sua mãe acabara de ser encontrada morta em um lugar próximo à tão misteriosa Pedra Quadrada. 

Existiam relatos de que quem chegasse até ela começaria a ter alucinações e a ouvir vozes, muitas vezes de pessoas conhecidas. E esses fatores levariam as vítimas à morte de formas trágicas, talvez, também, inexplicáveis. 

Marcelo, de luto, se isolou da família e dos amigos, saindo apenas em busca de livros para complementar antigas pesquisas que sua mãe havia feito sobre o local. A mãe de Marcelo gastava seu tempo livre pesquisando sobre lugares misteriosos e, nos últimos anos, havia se interessado muito pela Pedra Quadrada, deixando vários registros sobre o assunto. 

Na pequena escrivaninha de sua mãe, Marcelo encontrou um mapa, que sugeria uma trilha para o local da pedra. Então o garoto resolveu que, à noite, depois que todos de sua casa fossem dormir, ele começaria a seguir a trilha. Não importava quanto tempo demorasse, ele desvendaria o mistério. 

Na noite do dia seguinte, Marcelo foi “dormir” mais cedo, pois afirmara que estava com muitas dores de cabeça e cansado. Então ele trancou a porta de seu quarto e juntou os materiais necessários: uma garrafa d’água, o mapa da trilha, uma lanterna e seu colar da sorte, que havia ganhado de sua mãe há muito tempo, algo que nunca tirava desde que ganhara. E assim pulou a janela de seu quarto e iniciou a aventura. 

Depois de andar muito, chega ao local de início da trilha, liga a lanterna e começa o percurso. Quando chega na metade do caminho, o sol exibe seus primeiros raios. Então, ele volta o mais rápido possível para casa. 

Para sua sorte, chega a tempo, e, para não morrer de curiosidade, inventa que estava muito cansado, doente e indisposto para sair da cama. Seu pai acredita nele e o deixa faltar às aulas, deduzindo que estava assim em decorrência do luto. 

Marcelo, então, organiza tudo novamente e volta para seu rumo. Mas, dessa vez, tinha o dia todo para realizar a missão. 

Ele refaz o caminho, chega onde parou e continua a trilha. Com 2 horas de caminhada, consegue chegar ao seu destino, pois, durante a manhã, era mais fácil se orientar. Marcelo analisa a Pedra Quadrada e não encontra nada de anormal, até que ele chega na ponta da pedra, e atrás dele ouve uma voz muito familiar, a voz de sua mãe. Então o garoto se vira rapidamente e a vê. Ao vê-la, ele entra em prantos, pois não estava morta, estava ali, na sua frente. 

A mãe começa a conversar com ele e, no meio da conversa, ela pergunta: “Você me ama, Marcelo? Quer ficar com a mamãe? ”. Marcelo desesperadamente respondeu que sim, mil vezes sim. Sua mãe então propôs: “Se me ama tanto assim, pule, meu amor! Pule!”. O pobre garoto, sedento por ter sua mãe novamente, pula sem pensar direito na proposta que acabara de aceitar. 

No momento em que Marcelo pula, sua mãe se transforma em um ser monstruoso, que sorri para ele durante sua queda e logo após desaparece. 

Durante a queda, ele se agarra em vários galhos e em um deles perde seu colar. Ao chegar ao chão, Marcelo morre de forma fatal, e seu corpo misteriosamente desaparece. Segundo a lenda, seu colar foi encontrado, porém, todos que o portassem seriam controlados até chegarem à Pedra Quadrada. Chegando lá, Marcelo surgiria e empurraria a vítima da pedra, consumindo suas almas como forma de vingança ao que lhe foi causado.


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