1° LUGAR – POESIA ESTUDANTIL – E.E. IRACEMA DE ALMEIDA – VI Concurso Literário "Cidade de Ouro Branco"
L’appel du vide
Lauana Aparecida de Araújo Carvalho
É só um
Apenas um
Quão profundo pode ser?
É apenas um impulso
Um chamado vazio
Um desejo sombrio
Nada além disso
Apenas uma vontade
Melhor, uma necessidade
Necessidade de sentir
Necessidade de viver
Necessidade de experimentar
Necessidade de ser capaz de amar
Necessidade de ser capaz de odiar
Necessidade de sentir
Sentir algo; qualquer coisa
Apenas sentir,
Nem que seja dor.
É apenas um risco
Pequeno, insignificante
Como eu.
Mas não parei ali
O vazio continuava me chamando
Me instigando
Me provocando
Me desafiando
E assim que fechava, logo tornava a sangrar
Por que era necessário
Necessário sentir
Necessário existir
Ou não...
Começou com um risco
Algo que nem furou
Terminou em marcas invisíveis
Cada vez mais fundo
Cada vez mais perto do fim
Cada vez desejando mais
Cada vez encontrando menos
Mas não parei
De vermelho a branco
Foi a única mudança
Que para todos nunca ocorreu
Eu mergulhei em um penhasco sem saída
Mergulhei em águas sombrias
Geladas, traiçoeiras, vingativas
A culpa não foi minha
Eu só precisava disso
Precisava fugir
Precisava correr, sem sair do lugar
Precisar encontrar, sem procurar
Precisava me achar, sem me perder
Tudo parecia certo
E ao mesmo tempo tudo era errado
Não foi minha culpa
Mas então de quem foi?
Cheshire me diga
Por favor me ouça,
Para onde devo ir? Como fugir?
Mas de que fugir
Se nem eu mais sei
Foi apenas um
Somente um
Foi assim que começou
Vermelho, pequeno, indefeso
Mas então vieram outros
Tantos que não pude contar
Tantos que hoje escondo
De vermelho a branco
Foi assim que terminou
Meu doce chamado que nunca se cansa
Que nunca se apaga
Que nunca se cansa de me incomodar
Meu doce L’appel du vide
Comentários
Postar um comentário